Uma vez reprimidas e ignoradas, novas formas de lidar com a família, o sexo, a natureza, a religião e a política, foram descobertas pelo movimento que contestava os padrões de uma época, considerados consumistas e conservadores, ajudando a mudar as relações de toda a sociedade: há 60 anos, surgia a Contracultura.
Com raízes na tradição boêmia dos anos 50, nos Estados Unidos, a Contracultura começou com uma espécie de anarquismo romântico que tinha, através da literatura, desvinculação com a política tradicional americana. Pode parecer estranho, mas o termo Contracultura foi inventado pela imprensa norte-americana. A intenção era dar nome à postura de oposição aos padrões ocidentais, praticada pelos jovens por meio de manifestações e sua relação com o anarquismo daria força a grupos marginalizados como os negros, as mulheres e os homossexuais.
Estes setores desfavorecidos da sociedade resolveram então dar impulso às manifestações dos excluídos. Tal transformação ganhou ícones como Martin Luter King, protagonista na luta pelos direitos civis, e Malcom X, que defendeu que os negros revidassem à agressão dos brancos, fomentando o surgimento do Black Power e das Panteras Negras.
A contracultura simbolizou o estágio da cultura diferenciada, uma cultura que não era hegemônica nem aquela padronizada pelos meios de comunicação. Até a década de 70, existiam os bairros operários com suas culturas próprias, suas formas de vestir e suas músicas, diferentes daquilo que era mais massificado, da cultura da sociedade de um modo geral.
Conseqüentemente, podemos relacionar a cultura de massa ao sistema capitalista, considerando que este é capaz de dominar todas as condições sociais possíveis. A ascensão da economia capitalista, que detém os meios de produção e o poder financeiro, foi quem sempre determinou para onde a sociedade caminha. E por isso também determinou a cultura hegemônica. Nas próximas edições do Zine, confira detalhes de como o modelo econômico mundial expandiu diversas reações da contracultura e onde entra a Circ no meio disso tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário