quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Honduras

Honduras é um pequeno país da América Central, foi o berço da civilização Maia. Durante as guerras de independência que tomaram conta da américa espanhola, ali se criou a República Federal das Províncias Unidas da América Central, um ensaio da pátria grande, tão sonhada por Bolívar. Os maias foram dizimados e a federação não resistiu. Honduras agora é um estado “independente” e acabou dominada, prisioneira da dívida externa e fiel serviçal das grandes potências Inglaterra, Alemanha. além de ser a nascente nação dos Estados Unidos. No século XX, chegaram as bananeiras estadunidenses e com elas a super-exploração. A United Fruit Company, a Standart Fruit e a Zemurray´s Cuyamel Fruit passaram a comandar os destinos das gentes. E quando estas tentaram se rebelar, foi a marinha estadunidense quem desembarcou no país para acabar com as mobilizações as bananeiras ditavam as leis, financiando os dois partidos políticos locais As Gigantescas greves de trabalhadores – como a dos plantadores de banana que parou o país por 69 dias - e de estudantes, foram destroçadas em nome do desenvolvimento dos ricos. Haviam eleições, mas eram os militares quem davam as cartas e, apavorados com os avanços dos trabalhadores, assinaram um acordo com os Estados Unidos para que este país pudesse ter bases militares no território hondurenho.
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Os sandinistas e os EUA
Os anos 80, tempos de guerra fria os Estados Unidos insistem na luta contra Cuba e Nicarágua e assim, com o mesmo velho discurso de combater o comunismo, Jimmy Carter manda para Honduras os seus “boinas verdes”, para ajudar na defesa das fronteiras com a Nicarágua. Os EUA lucram e ainda usam o exército hondurenho para realizar numerosas matanças de refugiados salvadorenhos e nicaraguenses. É em Honduras, com o apoio da CIA, que acontece o treinamento dos Contras que assolaram a revolução sandinista e o próprio governo revolucionário. Um batalhão especial liderado por um general hondurenho anti-comunista, promoveu massacres contra lideranças da esquerda de toda a região.
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Zelaya
Manuel Zelaya eleito 2005, pelo Partido Liberal era um homem do sistema, no entanto, quando decidiu em 2006, reduzir o custo do petróleo encontrou na Venezuela, a possibilidade de negócios conjuntos, o que acabou culminando com a entrada de Honduras na Petrocaribe, um acordo de cooperação energética, este incluiu Honduras na lógica da ALBA, a Alternativa Bolivariana para as Américas. O plano, apesar de bom para Honduras, foi duramente criticado pela classe política do país e seus problemas com os Estados Unidos começaram. Zelaya decidiu fazer um plebiscito sobre a possibilidade de uma Assembléia Nacional Constituinte, o mundo veio abaixo. Mesmo assim o presidente levou adiante a proposta de ouvir a população.
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O Golpe
No dia da votação, domingo 28 de junho de 2009, As Forças Armadas hondurenhas com apoio do Congresso e da Justiça prenderam e deportaram o presidente. Tanques ocuparam alguns pontos estratégicos da cidade seguindo a praxe dos golpes na América Latina. Os militares também prenderam integrantes do antigo governo a ministra das Relações Exteriores, Patrícia Rodas, o prefeito de San Pedro Sula (centro industrial), Rodolfo Padilla. O Congresso decidiu instituir o presidente da casa, Roberto Micheletti, como presidente da nação. Este negou que estava assumindo um governo golpista ao mesmo tempo em que suspendia os sinais de televisão e telefone os canais de notícias e rádios fieis ao novo governo passaram programas amenos O discurso mais repisado do novo governo é a necessidade de barrar o "socialismo", nascido da aliança com Caracas.
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Reação Popular
O presidente Zelaya disse que sua volta a Honduras será acompanhado de presidentes de nações livres e amigas, tais como Equador, Argentina e Venezuela. O mundo repudiou o golpe exceto Washington (EUA) que para defender seus interesses condena publicamente, mas apóia através de suas empresas o governo golpista. A população deflagrou greve geral, aos poucos, as grandes cidades estão parando. Se a volta de Zelaya se der a partir da mobilização popular, haverá condições objetivas de apresentar a proposta de alteração da constituição aos hondurenhos, além de purgar toda a camarilha que buscou reavivar um passado que as gentes de Honduras não querem mais. O cenário mais provável é que, configurado o apoio popular e também o apoio da comunidade internacional, o povo bote pra correr os golpistas e inaugure um novo tempo em Honduras.
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Saiba mais sobre a violência de estado e a luta do povo em Honduras: http://chiapas.indymedia.org/honduras/

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